Serviço Social e a Dimensão Investigativa na formação profissional

Este livro tem como centralidade a dimensão investigativa no processo de formação profissional de assistentes sociais. Tratada como constitutiva e constituinte daquela formação, traz profunda reflexão sobre o tema enunciando elementos compreensivos da sua necessária transversalidade, trazendo luzes na distinção entre pesquisa e dimensão investigativa. Sustentada na teoria social crítica, de cariz ontológico, vai desfolhando o tema em referências particulares que envolvem o objeto de reflexão: educação e currículo, produção de conhecimento, história e formação profissional. Com maestria e respeito, aborda sua análise calcada nos pontos de vista dos sujeitos do estudo sobre o tema – docentes e supervisores das universidades públicas de Serviço Social no Paraná. Tem como suposto que a apreensão da teoria crítica ainda carece de rigor, mesmo que avanços significativos se fizeram presentes a partir do movimento de reconceituação do Serviço Social. Demonstra tal pressuposto no tempo histórico no campo da formação, expresso nas diretrizes curriculares. Aqui trabalha a perspectiva histórica percorrida pela profissão na formulação e avaliação crítica do processo de formação profissional, combinando sua rica história e o modo pelo qual se particulariza nas escolas de Serviço Social que compõem seu campo empírico de estudo.  Localiza a temática nas diferentes conjunturas sociopolíticas na sociedade brasileira, traduzindo-as por meio das mediações que dão movimento à particularidade do estudo. Trazendo ricos aportes sobre o tema, aponta limites e avanços ainda a serem conquistados na perspectiva da completude – sempre inacabada – da dimensão investigativa no âmbito profissional.

Qualifica a dimensão investigativa e sua transversalidade na formação de assistentes sociais como expressão do inconformismo perante a barbárie, promovendo crítica reiterada à realidade traduzida em questionamentos permanentes e vivos sobre o cotidiano e sua história. Desmistifica a fragmentação entre saber e fazer, propondo a superação do pragmatismo e a imediaticidade dos fatos, abrindo perspectivas para inserção dos profissionais além dos limites dados. Trata de apreender os movimentos históricos que incidem sobre sujeitos e realidades, potenciando ações e impactos que contribuam para uma nova civilidade.