Publicidade marginal: funcionamento e efetividade argumentativa

[:pb]Sobrevivemos em um mundo líquido, ilhados em bolhas. Criamos mapas culturais e compomos imaginários. Olhamos nas telas, ensimesmados como Narciso, fantasmagorias de mundos idealizados. Ritualizamos a vida diária por meio de bens, de marcas e de afetos. Criamos novos arquétipos que reencenam mitos. Passamos a fabricar cultura, identidades e status a partir do que consumimos. Bens, seres, pessoas, coisas – tudo é classificado, categorizado. No centro de tudo está o consumo. Elemento que escorre entre as falanges e dança nas pontas dos dedos. Coisa que dá sentido às coisas, descartáveis e efêmeras, impregnando tudo na sociedade. No centro ou na periferia, o consumo ocupa a centralidade de olhares, de atenções, de pensamentos, de memórias. Seu discurso tem forma de narrativa. Ora em filmes elaborados para o mercado de luxo, ora em folhetos toscos, em caixas de som em bicicletas, em cartazes barrocos. Este livro aborda sentidos em movimento centrífugo. Deslizam da estética publicitária do alto padrão criativo para a margem – Publicidade Marginal. A marginalidade publicitária é uma referência à estética não hegemônica, distante da grande mídia e das grandes agências departamentalizadas. A Publicidade Marginal nasce em fuga da criação elitizada e centralizada em processos burgueses de produção. Tem a voz da comunidade, da periferia, dos grupos que não poderão frequentar o shopping no centro da cidade. No entanto, como disse Cazuza, ser marginal é uma decisão poética. “Traga a vasilha, traga a vasilha!”, este livro tem muito conhecimento para você levar.[:]